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21 de Junho: Solstício de Inverno e Celebrações Tradicionais e Atuais

No momento histórico atual, onde fronteiras se tornam mais fluidas e culturas se entrelaçam, é essencial valorizar e celebrar a diversidade cultural que enriquece o tecido social de nossa humanidade. As tradições e festividades ancestrais têm um papel fundamental na preservação e transmissão das raízes culturais de um povo, mantendo viva a herança de gerações passadas. Neste artigo, iremos explorar as conexões entre algumas festividades tradicionais, como o Inti Raymi, o We Tripantu, o Machaq Mara e o Aringa Ora o Koro, e as festas estacionais promovidas pelo Movimento Humanista Internacional. Essas celebrações, apesar de suas origens diversas, possuem em comum a valorização da interculturalidade, a busca pela paz e a promoção dos direitos humanos, representando uma tapeçaria vibrante e colorida da diversidade cultural que molda a nossa sociedade.

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Ilustração  @jezubunster

Inti Raymi: A Celebração do Solstício de Inverno

O Inti Raymi é uma festividade ancestral celebrada pelos povos andinos, em especial pelos Quechuas e Aymaras. Ela marca o solstício de inverno, honrando o Deus Sol e a fertilidade da terra. Durante o Inti Raymi, rituais e cerimônias são realizados para agradecer pela colheita abundante e pedir bênçãos para o próximo ciclo agrícola.

Durante o solstício de inverno, que ocorre entre os dias 20 e 23 de junho no hemisfério sul, o Inti Raymi se torna uma das celebrações mais importantes para os povos andinos. Nesse momento do ano, o sol atinge sua posição mais distante em relação à Terra, marcando o início do inverno e o renascimento gradual da luz solar. Para os povos andinos, o sol é considerado uma divindade sagrada, responsável pela vida, pela fertilidade da terra e pelas colheitas abundantes.

Durante a festividade do Inti Raymi, as comunidades se reúnem para celebrar e expressar sua gratidão ao Deus Sol. As cerimônias envolvem danças, músicas, oferendas e representações simbólicas que reafirmam a conexão entre os seres humanos, a natureza e o cosmos. Os participantes usam trajes tradicionais coloridos e carregam consigo símbolos sagrados, como a Wiphala, a bandeira multicolorida que representa a diversidade dos povos indígenas dos Andes.

We Tripantu: O novo ciclo Mapuche

O We Tripantu é uma festividade ancestral que marca um novo ciclo para o povo Mapuche, indígenas do sul do Chile e da Argentina. Realizada durante o solstício de inverno, essa celebração representa um momento de renovação das energias e um recomeço para a comunidade. Durante o We Tripantu, são realizados rituais que expressam gratidão pelas colheitas passadas, solicitam proteção e prosperidade para o novo ciclo e fortalecem os laços comunitários.

O We Tripantu é uma celebração que ocorre entre os dias 21 e 24 de junho, quando as noites estão mais longas e as temperaturas mais frias. Nesse período, a natureza entra em um período de repouso, preparando-se para o renascimento com a chegada da primavera. Para os Mapuche, o We Tripantu simboliza a transição do ano velho para o ano novo, sendo um momento sagrado de conexão com o cosmos e com a terra.

Durante a festividade do We Tripantu, os participantes se reúnem em espaços sagrados, como os lof ou comunidades mapuche, onde são realizados rituais e cerimônias especiais. O fogo é um elemento central nessas celebrações, representando a purificação, a renovação e a iluminação espiritual. As famílias se reúnem em torno do fogo sagrado para compartilhar alimentos tradicionais, como o muday (uma bebida fermentada feita de cereais) e o catuto (pão de milho), fortalecendo os laços familiares e comunitários.

Durante o We Tripantu, são realizadas danças tradicionais, como o Pewma e o Chemamüll, que simbolizam a gratidão pela natureza e o respeito aos antepassados. As vestimentas coloridas e os adornos tradicionais são utilizados como expressões culturais e identitárias. Também são feitas oferendas à natureza, como forma de agradecimento pela abundância das colheitas e para solicitar proteção e fertilidade para o próximo ciclo agrícola.

A festa do We Tripantu representa não apenas um momento de celebração, mas também de reflexão sobre a importância da preservação das tradições e da identidade Mapuche. É um momento de reafirmação da resistência cultural e de fortalecimento dos vínculos comunitários. Através do We Tripantu, os Mapuche mantêm viva sua espiritualidade, valores e cosmovisão, transmitindo esses conhecimentos às gerações futuras.

Machaq Mara: Ano novo Aymara

O Machaq Mara é uma festividade andina celebrada no solstício de inverno. Ela simboliza a gratidão pelas colheitas e o agradecimento à Pachamama (Mãe Terra) pela abundância proporcionada.

Durante a festividade do Machaq Mara, são realizados rituais sagrados que envolvem oferendas à Pachamama, como alimentos, ervas, flores e outros elementos simbólicos. Essas oferendas expressam gratidão e reverência pela fertilidade da terra, pela água que nutre as plantações e pelo sol que aquece e ilumina. Através desses rituais, os povos andinos estabelecem uma conexão espiritual com a natureza, reforçando sua relação de reciprocidade e interdependência.

As danças e cerimônias são partes essenciais do Machaq Mara, trazendo alegria, música e movimento para as celebrações. Os trajes coloridos, as máscaras e os instrumentos tradicionais são utilizados pelos participantes para expressar sua identidade cultural e invocar as energias positivas da natureza. A dança é uma forma de agradecer e reverenciar os elementos naturais, bem como de fortalecer os laços comunitários e transmitir conhecimentos ancestrais às gerações futuras.

A festa do Machaq Mara não se limita apenas à celebração das colheitas, mas também ressalta a importância da preservação ambiental e da sustentabilidade. Os povos andinos compreendem a necessidade de cuidar da Pachamama para garantir a continuidade da vida e das futuras gerações.

Aringa Ora o Koro: A Celebração da Vida 

O Aringa Ora o Koro é uma festa especial realizada em Rapa Nui (Ilha de Páscoa) durante o solstício de inverno. Ela marca o ciclo anual de vida e é uma comemoração que está profundamente ligada à fertilidade e à produtividade, servindo como uma homenagem aos antepassados e uma renovação das energias para a próxima temporada de semeadura. Os Rapanui, habitantes da ilha, se reúnem para realizar rituais e cerimônias diante dos altares cerimoniais conhecidos como "Ahu Moai", como forma de prestar homenagens aos patriarcas das famílias e fortalecer os laços comunitários. É um momento de conexão com a natureza e de valorização da herança ancestral, transmitindo sabedoria e preservando as tradições da ilha.

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As nossas Estacionais

Ao explorarmos as conexões entre as comemorações tradicionais, como o Inti Raymi, o We Tripantu, o Machaq Mara e o Aringa Ora o Koro, e as festas estacionais promovidas pelo Movimento Humanista Internacional, podemos testemunhar a rica interseção entre as tradições culturais e os princípios humanistas. Essas celebrações têm em comum a valorização da diversidade, o respeito pela natureza, a construção de laços comunitários sólidos e a busca por um mundo mais justo e pacífico.

Silo, filósofo e fundador de Movimento Humanista, ressaltou a importância das festas estacionais como momentos de conexão profunda com a natureza e de celebração da vida em suas múltiplas manifestações. Segundo suas palavras, essas festividades representam a oportunidade de reconhecer nossa interdependência com o meio ambiente e de valorizar a diversidade cultural que enriquece o tecido social. Ao participarmos dessas festas, honramos as tradições ancestrais, fortalecemos os laços comunitários e renovamos nossas energias, encontrando significado e propósito em meio à harmonia da natureza.

Ao unir essas celebrações, fortalecemos o tecido social que nos conecta como seres humanos, reconhecendo a importância de honrar o passado, viver o presente e construir um futuro melhor para as gerações vindouras. Celebrar a diversidade é celebrar a vida em todas as suas manifestações, promovendo o diálogo intercultural, a solidariedade e a conscientização dos direitos humanos.

Que possamos encontrar inspiração nessas festividades, aprendendo com a sabedoria ancestral e aplicando os valores humanistas em nossas vidas cotidianas. Que essas celebrações nos recordem da importância de preservar e valorizar a diversidade cultural, construindo pontes de compreensão, respeito mútuo e colaboração em um mundo cada vez mais interconectado.

Juntos, podemos construir um futuro mais harmonioso, onde todas as culturas sejam respeitadas e celebradas em sua riqueza e singularidade.

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