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Amor por ser Warmi

Assim que o isolamento começou devido à pandemia do coronavírus, fiquei desempregada. Sou imigrante, moro em São Paulo e estava trabalhando como professora de espanhol, além de empregos temporários e algumas outras atividades acadêmicas, nenhuma estável. Todos os meus trabalhos foram suspensos, por não dizer perdidos. Ficar desempregado é uma moeda de dois lados, por um lado, permite que você dedique sua família a tudo o que, quando trabalha, adia, por outro lado, obviamente, você fica sem renda econômica. Mas não quero explicar agora o que estou me permitindo fazer com minha filha e minha família, nem sobre minha vida econômica. Quero permitir me falar hoje sobre um novo emprego que surgiu em meio à pandemia. Há um ano, faço parte de um coletivo de mulheres imigrantes voluntárias. No início da pandemia, decidimos continuar com as ações do coletivo, como todos os grupos e organizações, começamos a procurar as melhores maneiras de comunicarmos em espaços virtuais. Não sei definir o momento exato em que uma aparente passividade foi transformada em ação. Nosso coração sangrando assistia aos inúmeros imigrantes sozinhos e afetados pela falta de renda e decidimos fazer algo, algo que provavelmente nunca imaginamos que seria tão grande e poderoso. O Coletivo se transformou num corpo vivo com uma força indescritível, fazendo algo que no meio destes momentos confusos agita e acalma ao mesmo tempo. Agora posso dizer que estou trabalhando, porque o trabalho não é necessariamente aquele que é pago, um bom trabalho é o aquele que enche seu coração de alegria ao fazê-lo e que não é algo pesado, esse trabalho é um dos melhores da minha vida, todos temos muito a dar, todo grão de areia conta, todo pão conta, todo prato de comida, toda xícara de chá, todo sorriso, toda palavra, todo abraço, é amor, amor pela humanidade, é o amor por ser Warmi.

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